Apresentação
A Associação dos Educadores Populares do Ceará – Movimento Ceará, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, atua como parceira fundamental na execução do Programa Ceará Sem Fome. Esta iniciativa é fruto de uma parceria estratégica com a Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) do Estado do Ceará.
O Programa Ceará Sem Fome, em que a Associação dos Educadores Populares do Ceará (Movimento Ceará) gerencia as Unidades Sociais de Produção de Refeições (USPRs), selecionada para os lotes 16, 25 e 29 do edital nº 002/2023, tem como objetivo central combater a insegurança alimentar e nutricional. As USPRs (cozinhas sociais) funcionam em diversos municípios, incluindo Itarema, Acaraú, Crus e Jijoca de Jericoacoara (Lote 16), Tabuleiro do Norte, São João do Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Russas, Quixeré, Morada Nova, Palhano (Lote 25), e Cariús, Jucás, Saboeiro, Orós, Cedro, Icó, Umari, Baixio, Ipaumirim (Lote 29).
As ações desenvolvidas pela Associação incluem a contratação de equipe técnica, acompanhamento e gerenciamento das USPRs, e a distribuição de refeições. O programa já distribuiu mais de 2.700.000 refeições, com 70 USPRs em funcionamento. Dentre as atividades realizadas, destacam-se a capacitação de agentes sobre o sistema Ceará Sem Fome, reuniões sistemáticas com cozinheiras e responsáveis pelas cozinhas para escuta e alinhamento, capacitação da equipe técnica em temas como comunicação não violenta e mediação de conflitos, participação em eventos como o Festival Junino Ceará Sem Fome, e a distribuição de kits cozinha (refrigeradores e fogões) para as USPRs.
Além disso, a Associação promoveu a Ceia Natalina nas USPRs, o recadastramento de beneficiários, visitas de acompanhamento e monitoramento das cozinhas, manutenção de equipamentos e a qualificação profissional de beneficiários por meio de cursos, como o de panificação, em parceria com o IFCE e o SENAC. O programa também tem incentivado o envolvimento dos beneficiários nas ações das cozinhas e o reaproveitamento de descartáveis para produção artesanal e de tijolos.
Apesar dos desafios na adaptação das cozinhas ao cardápio e quantidade estipulada, na coleta de assinaturas dos beneficiários e nas relações internas das cozinhas, a Associação tem atuado para superar essas dificuldades através de orientações e intervenções diretas. O programa tem se mostrado um avanço significativo, com grande parte do trabalho sendo realizado por mulheres nas cozinhas.
Execução
Instrumento da parceria: Termo de Colaboração 019/2023
Instituição Convenente: Associação dos Educadores Populares do Ceará
Instituição Concedente: Secretaria do Desenvolvimento Agrário do Ceará – SDA
Período de execução: 03 de agosto de 23 a 30/06/25
Abrangência: Lotes 16 (região Norte), 25 (Vale do Jaguaribe) e 29 (Centro Sul), compreendendo diversos municípios do Ceará.
Objeto: Execução do Programa Ceará Sem Fome no gerenciamento das Unidades Sociais de Produção de Refeições – USPRs.
Recursos Financeiros: O valor global do Plano de Trabalho no valor de R$ 18.054.935,40 (dezoito milhões cinquenta e quatro mil e novecentos e trinta e cinco reais e quarenta centavos). Não há previsão de contrapartida financeira ou de bens e serviços.
Recursos Humanos: A equipe para a execução desse projetofoi composta por 15 profissionais, sendo: 02 coordenadorescom formação em área social, 01 gerente financeiro de nível superior com formação na área contábil, 03 de nível médio e 09 agentes de campo com nível médio.
Público-alvo: Pessoas em situação de vulnerabilidade social, que sejam cadastradas no CadÙnico para programas sociais e aquelas identificadas por meio de busca ativa feita por entidades sociais e outros parceiros, que serão atendidas pelas Unidades Sociais Produtoras de Refeições – USPRs, responsáveis pela preparação e distribuição de refeições, gerenciadas pelas organizações da sociedade civil.
Contribuições
O Programa Ceará Sem Fome, executado pela Associação dos Educadores Populares do Ceará (Movimento Ceará), foi concebido com o objetivo primordial de gerenciar e fortalecer as Unidades Sociais de Produção de Refeições (USPRs) nos lotes 16, 25 e 29 do edital nº 002/2023. As ações implementadas visaram assegurar a produção e distribuição de refeições para combater a insegurança alimentar, além de promover o acompanhamento contínuo e a capacitação do pessoal envolvido.
A execução desse programa esteve sob a responsabilidade da equipe técnica da Associação dos Educadores Populares do Ceará, que coordenou integralmente todos os procedimentos administrativos, pedagógicos e organizativos, assegurando a qualidade e a efetividade das ações propostas, incluindo a contratação de serviços de terceiros.
A experiência recente, marcada pela pandemia de COVID-19, impôs um “novo normal” que redefiniu nossas projeções futuras e a maneira como nos relacionamos e trabalhamos. Os ajustes necessários para a sobrevivência em isolamento social tiveram um impacto duradouro. Nesse contexto, as ferramentas digitais e as abordagens pedagógicas remotas emergiram como elementos cruciais, aproximando distâncias e demonstrando a viabilidade de reuniões, encontros e atividades formativas sem a necessidade de presença física. Este é um legado positivo da pandemia que impulsiona o aprimoramento das metodologias de atuação do programa.
Diante dessa realidade, o acompanhamento técnico transcende a mera disseminação de conhecimento. Ele se estabeleceu como um elo vital entre as diretrizes técnicas (como cardápios e fichas técnicas) e a realidade vivenciada pelas equipes das USPRs e beneficiários, adaptando a linguagem teórica para se tornar presente em suas vidas. Assim, o acompanhamento técnico se configura como fomentador de boas práticas na produção e distribuição de refeições e na gestão das unidades. O desafio do Programa Ceará Sem Fome residiu em ir além da simples entrega de refeições, focando na transformação social e no empoderamento dos beneficiários e das cozinheiras no processo de construção de conhecimento e tomada de decisões. É fundamental que desenvolvam a consciência de sua importância e competência na gestão das cozinhas e na participação ativa. Para cada realidade, torna-se imprescindível um conjunto de ações e condições de acesso a ferramentas que capacitem as USPRs e beneficiários, fortalecendo, assim, todo o ecossistema do programa. Isso inclui a distribuição de kits cozinha e a oferta de cursos profissionalizantes.